Depois do batizado da neta de José Castelo Branco, em março, Luciana Lima despediu-se do socialite e de Betty Grafstein em Portugal com encontro marcado para daí a poucas semanas nos Estados Unidos. Na agenda do marchand d'art aguardavam-no algumas presenças em Nova Iorque, onde o trabalho se estava então a multiplicar devido ao sucesso que o português alcançava no Tik Tok.
Com residência no Canadá, de onde geria a carreira de José Castelo Branco, Luciana Lima já estava em Toronto quando estoirou toda a polémica em torno do caso de violência doméstica. À distância, foi tentando controlar os danos, gerir o caos em que a vida do seu socialite se tornou, em meses difíceis com muitas noites em claro, face à diferença horária.
Agora, e com os trabalhos de Castelo Branco a ruírem praticamente todos, um por um, a agente não viu outro caminho senão o de terminar a sua ligação profissional ao português. À FLASH! falou sobre as razões que a levaram a deixar Castelo Branco, conta o que viu ao longo dos últimos meses e o que se passava na casa de Nova Iorque antes de toda a polémica em torno da violência doméstica.
No final, deixou alguns conselhos ao socialite para enfrentar esta nova etapa da sua vida, agora a solo.
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Já trabalhava há algum tempo com José Castelo Branco. Porque é que decidiu deixar de o agenciar?
Nós já estávamos juntos há algum tempo, sim, e a verdade é que antes desta polémica, as coisas corriam bem, porque havia trabalho. Quando conheci o José,vi ali o potencial que ele tinha por desenvolver: ele tinha tudo o que precisava como artista para brilhar nos Estados Unidos só precisava de acompanhamento, por isso por aí não foi difícil. Só que agora as coisas complicaram-se. A minha saída não derivou de uma atitude, costumo dizer que foi um balde que encheu, foi um acumular de situações... Quando você tem um agente você tem de conversar com ele, respeitar o trabalho dele. Então de repente, eu dava conta que havia coisas que eu nem sabia que estavam a acontecer, e não tinha como fazer uma defesa. Sei o que fiz, sei a pessoa que fui e ele se quiser vai ter sempre a minha amizade, mas na verdade não fazia sentido continuar esta ligação neste momento, até porque a verdade é que não há trabalho.
Quando deixou de o agenciar, não havia nada? Nenhuma perspetiva de trabalho.
Ele tem o Tik Tok, que lhe dá algum dinheiro e tem também a Prozis, que pediu para cessar a imagem, mas não terminou o contrato em si, ou seja ele continua a ganhar por mês um valor da marca, só ainda não está autorizado a partilhar conteúdos. Mas o resto caiu tudo... E não havendo trabalho, o propósito de ter um agente deixa um pouco de fazer sentido. E claro, também discordávamos em algumas opiniões.
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Em quê em concreto?
Eu acho que o José se deveria manter mais na sombra e não se expor tanto, porque já estão a fazer isso por ele, então às vezes o silêncio é de ouro, principalmente quando aquilo que tu dizes, por melhor intencionado que seja, acaba por se virar contra ti. E é isso que acontece com o José: as palavras viram-se contra ele.
"Eu acho que o José devia estar mais na sombra e não se expor tanto, às vezes o silêncio é de ouro..."
E não teme que a acusem de o ter abandonado quando ele mais precisava?
Isso é o que eu mais oiço, que agora não era o momento e que eu fui falsa, mas eu segurei a mão do José até onde eu pude. Mas se eu não estou a trabalhar, se não estou a ganhar dinheiro, se ele não escuta o que eu digo, se eu sou a última a saber das coisas, então que sentido faz? Não há dinheiro, não há agente.
Em relação a esse assunto, dinheiro, qual é a situação atual de José Castelo Branco?
Esse é um problema, porque o José é 'chapa ganha, chapa gasta'. Ele tem de pensar no amanhã, tem de estar preparado para o futuro, descer à terra. Não pode ganhar hoje e ir comprar uma Chanel, porque hoje ele tem uma amiga a dar-lhe a mão, mas amanhã pode não ter onde morar.
Está a referir-se à Marluce...
Sim, ela é um exemplo de uma verdadeira amiga. Porque não é aos amigos que cabe julgar, porque se o José for eventualmente culpado será o tribunal a condená-lo. Um verdadeiro amigo não vai virar a cara, vai estender a mão. E a Marluce pode não concordar com tudo, mas está ali para ele, a casa dela está ali para ele. É um exemplo de ser humano, que não fecha a porta a um amigo. E a paciência que tem porque a vida dela também mudou e a verdade é que a Marluce continua sempre ali com um sorriso muito dócil.
"O José é 'chapa ganha, chapa gasta'. Ele tem de pensar no amanhã, descer à terra. Não pode ganhar hoje e ir comprar uma Chanel"
E o contrário? Nos últimos meses, viu amigos virarem costas ao José?
Vi muita gente a virar-lhe as costas, muita gente mesmo... Felizmente, há o outro lado. Pessoas boas, como também foi o caso do David Motta, apesar de não estar na linha da frente, porque não quer aparecer, ele sempre deu suporte para o José, nunca largou a mão dele, e isso também me fez crescer enquanto ser humano.
Agora que terminou a ligação profissional com o José Castelo Branco, consegue dizer-nos, de forma imparcial, como encara todo este processo de violência doméstica?
Eu acho que foi uma situação que o apanhou muito de surpresa, e acho que ele ainda não caiu nele, pela maneira como lida com isso... O José ainda não conseguiu digerir.
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Mas e em relação à queixa, acha que há fundamento, que a Betty foi efetivamente vítima de violência?
Sinceramente, não. É triste, mas eu acho que tudo isto é derivado ao dinheiro. Acho que o filho da Betty, o Roger, é o cerne da questão e acho que da parte do filho tudo foi feito por dinheiro. Uma pessoa que neste momento nem sequer está a cuidar da mãe... Queria tanto salvar a mãe para quê? Para pegar nela e deixá-la sozinha num hospital, abandoná-la? Para mim, isso não faz sentido...
"Acho que da parte do filho tudo foi feito por dinheiro. Uma pessoa que neste momento nem sequer está a cuidar da mãe... Queria tanto salvar a mãe para quê? Para pegar nela e deixá-la sozinha num hospital?"
Continua, então, a acreditar na inocência do José?
Sim, e esse é um dos motivos pelos quais eu quis dar esta entrevista. Não saí porque acho que ele é culpado, ou porque descobri alguma coisa que é má para ele. Nada disso, eu saí porque não há dinheiro, eu não vivo do vento, não há trabalho, não tem como... Mas continuo a achar o mesmo, até que provem o contrário. Se for chamada no processo, estou disponível para dar o meu testemunho.
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A dada altura foi também agente da Betty, privou com ela, conheceu-a. Como acha que ela está a encarar isto tudo?
Acho que isto tudo mexeu muito com a cabeça dela. Imaginem só este cenário, para uma pessoa de 95 anos: ela está sozinha, foi mudado todo o círculo à volta dela, ela está privada de todas as pessoas com as quais convivia no dia a dia. Então, somando isso tudo à idade que ela tem, não tem como ela estar bem... Aliás, para ela dizer que o José a atirou do terceiro andar é porque não está bem mesmo. O próprio filho disse isso, a Betty não está nas suas perfeitas faculdades mentais.
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Esteve em Portugal a acompanhar o casal no batizado da Constança. Havia na altura alguns sinais de que alguma coisa do género pudesse acontecer?
Não, nada. Inclusivamente, eu disse: 'José, você não pode ficar muito tempo aí'. Já tinham passado umas semanas, ele tinha trabalho nos Estados Unidos. Mas ele disse: 'ai não, Luciana, mas está a saber tão bem para a Betty', até porque ele não queira expô-la logo a outra viagem tão longa. Mas olha, aconteceu o que tinha de acontecer...
No início de todo este processo disse que nunca viu nenhuma atitude agressiva do José Castelo Branco. Reitera o que disse?
Nunca vi nada. E a Betty também nunca me disse nada em relação ao José.
"Se a Betty não tem um tostão é porque o Roger controla o dinheiro dela todo, porque na verdade ela tem. Mas agora dá-lhe jeito dizer isso..."
Enquanto conviveu com o o casal, qual era a relação do Roger com a mãe, havia alguma proximidade?
Não, pelo contrário. A Betty falava algumas vezes do filho comigo e dizia sempre a mesma coisa: 'ai Luciana, ele nunca me liga para saber como é que eu estou'. E eu desvalorizava, dizia: 'faz parte, talvez ele esteja ocupado'. Eu nem sabia o que dizer, mas a Betty dizia várias vezes que ele não queria saber dela, tinha essa mágoa.
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Teve oportunidade de acompanhar o trabalho que a revista 'Vanity Fair' fez com José Castelo Branco e Betty. O que achou do resultado final?
Não foi muito bom. O que saiu lá veio deixar as pessoas que os conheciam aqui nos Estados Unidos em choque. E o que está lá escrito não é inteiramente verdade, está um pouco puxado para a fantasia.
"A Betty dizia sempre a mesma coisa: 'o meu filho nunca me liga para saber como é que eu estou'. Tinha essa mágoa"
Nessa reportagem, Roger diz que a mãe não tem um tostão e vive de rendimentos. Como é que encara estas declarações?
Bem, se ela não tem um tostão é porque ele controla o dinheiro, é por isso, mas ela tem, na verdade. Mas agora dá jeito ao Roger dizer isso...
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Agora que está 'fora do barco', que conselho tem para deixar a José Castelo Branco?
O que eu gostava que ele percebesse é que, na maior parte das vezes, ele é o maior inimigo dele próprio. Muitas vezes, não tem poder de argumentação e usa as palavras contra ele e, além disso, é o maior inimigo dele também na forma como, por vezes, trata o outro. Ele perdeu várias oportunidades na carreira dele por não saber lidar com as pessoas. Se ele tivesse resiliência e soubesse lidar com as situações de uma forma menos impulsiva, se calhar havia coisas que agora não estavam a acontecer.
"O José é o maior inimigo dele próprio. Muitas vezes não tem poder de argumentação e usa as palavras contra ele"
Acha que ele vai conseguir dar a volta a esta situação?
Eu acho que sim, que ele vai conseguir sair desta e que, provada a inocência dele, o nome do José vai voltar muito mais forte.
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